Enfim, reunião, cozinha, amigos, música, bebida, reunião, na cozinha, conversa, música...esses ciclos assim animados de uma noite de jantar na casa de amigos. Nada melhor, não é mesmo? Pois é, eu também acho, não há nada melhor do que encontrar os amigos para uma noite descontraída. Ainda mais agora que estou ficando velha, assim mais sentimental, cada minuto com os amigos é precioso. Velhos amigos, que estão ficando velhos junto comigo. Logo estaremos relembrando pela décima quinta vez aquele dia na praia, na casa da Marisa, em casa de Vandinho, com um suspiro nostálgico. Não que eu seja nostálgica, pelo contrário, adoro o presente! E ainda mais tentar projetar o futuro! Ai, mas já me perco novamente em devaneios. Eu estava falando do jantar...
O jantar, Sara e eu cozinhando, Luiz ajudando e um emaranhado de sensações nos rodeando, tamanha a expectativa. Em certo momento, confesso que me deixei tomar pelo medo da falha e me questionei sobre as nossas capacidades. Lembrei de todas as tentativas frustradas que Sara e eu já havíamos experimentado ao tentar preparar qualquer comida um pouco mais sofisticada. Tomada pela confusão de pensamentos me perguntava “como fomos parar aqui cozinhando para 17 pessoas, um prato que nunca tentamos antes? Somos loucas?”. Bom, essa última pergunta nem precisei responder, a resposta é fácil, que me perdoe Sara.
Ainda tomada pelo medo, pensava na torta de limão, empreendimento meu, de Sara, Maísa e Olga. Parece que no colégio de Sara havia a tal menina das tortas de limão, que tinha aparentemente um enorme talento em preparar as tais. Com a receita em mãos, Sara, Maísa, Olga e eu nos enveredamos pelos caminhos obscuros da feitura da torta. Poupo-lhes os detalhes, mas a verdade é que depois desse dia nunca mais sequer consegui pensar em comer a tal. Uma pena, é tão bom. Mas tenho a leve impressão de que fiquei traumatizada.
A lembrança do ocorrido da torta não me ajudou a sair daquele bloqueio e procurei desesperadamente no cantinho do meu cérebro a lembrança de alguma tentativa bem sucedida da realização de uma receita.
Lembrei do fondue de queijo. Antes de mais nada, digo que o fondue ficou uma delícia e que naquela noite todos os presentes apreciaram o feito, talvez como uma forma de consolar as cozinheiras, Sara e eu, pela aparência desgraçada do pobre fondue.
Pois é, a lembrança do fondue também não ajudou, pelo contrário, aumentou o medo e me deixou num estado de pânico.
Nesse instante, como mulher ponderada que sou (háháháháhá), resolvi que pensar nos momentos em que Sara e eu cozinhamos juntas não estava ajudando, senti falta dos conselhos culinários de Maísa, liguei para minha mãe mais uma vez para confirmar a receita e resolvi partir para outra tática.
A que escolhi foi a de me preparar para a possível tentativa frustrada, ressaltando todo o trabalho que havíamos tido para o preparo do tal cuscuz. Foram muitas preparações, muito trabalho. E me acalmei. E continuamos na nossa tarefa.
Logo mais chegou Maísa com Leopoldo, abrimos um vinho, o cuscuz no fogo, chegou Marisa com Emílio, chegou Talita, chegou Lia. Luiz e Emílio começaram a fazer um som bom, Leopoldo sem a bateria, só ouvindo, a gente tomando mais vinho, tentando cantar, curtindo o som bom.
O cuscuz? Queimou. Não, brincadeira! Ficou ótimo, mas ficou pra trás porque todos alí, felizes cantando, esquecidos do jantar foi muito melhor.
Senti falta de Olga, Gustavo (que tinha prometido comparecer, mas não foi) e Vandinho (que no dia seguinte reclamou por não ter sido convidado, quando nos encontramos em casa de Maísa e Sara).
Jantar com os amigos é tão bom.
2 comentários:
adorei o texto;e a música;bjs;jeanlouis
que lindo! eu lembro da torta de limão da escola de sara... um beijo helena, adorei descobrir esses dotes... : )
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